Em tempos de transferências instantâneas e movimentações bancárias cada vez mais práticas, também surgem novas formas de golpes que exigem atenção redobrada. Um dos que mais têm crescido nos últimos meses é o chamado golpe do Pix errado, uma estratégia que, à primeira vista, parece um simples mal-entendido, mas pode terminar em prejuízo real para a vítima. A tática é engenhosa e, ao mesmo tempo, perigosa. O criminoso envia uma quantia via Pix para a conta da vítima e, em seguida, entra em contato dizendo que a transferência foi feita por engano. Ele então pede para que o valor seja devolvido, mas é aqui está o detalhe, solicita que a devolução seja feita para uma conta diferente da que enviou o valor.
Quando a vítima devolve o valor para essa terceira conta, o golpista aciona o Mecanismo Especial de Devolução (MED),ferramenta criada pelo Banco Central justamente para lidar com fraudes no Pix. O sistema interpreta que a transferência original foi indevida e estorna o valor de volta ao golpista. Resultado: o dinheiro já devolvido pela vítima fica no prejuízo, e dificilmente será recuperado de forma rápida.
Como se proteger desse tipo de golpe?
O especialista em segurança digital Paulo Trindade, da ISH Tecnologia, alerta: o ideal é não devolver o dinheiro para uma conta diferente da que enviou o Pix. Caso receba um pedido de estorno, o mais seguro é usar a função oficial de devolução dentro do aplicativo do banco. Assim, o valor retorna para a conta de origem com segurança e rastreabilidade.Outro ponto importante: registre sempre um boletim de ocorrência e guarde todas as informações possíveis do contato suspeito, como número de telefone, chave Pix e nome do destinatário. Essas informações serão essenciais caso seja necessário acionar a polícia ou o banco posteriormente.